Rubem Alves conta que teve uma idéia de fazer uma só pergunta a todos os candidatos: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”
Conta Rubem Alves que: "Uma candidata teve um surto e começou a papaguear compulsivamente a teoria de um autor marxista." Ele a interrompeu disse: “Eu já li esse livro. Eu sei o que está escrito nele. E você está repetindo direitinho. Mas nós não queremos ouvir o que já sabemos. Queremos ouvir o que não sabemos. Queremos que você nos conte o que você está pensando, os pensamentos que a ocupam...” Ela não conseguiu. O excesso de leitura a havia feito esquecer e desaprender a arte de pensar.
Nietzsche e Schopenhauer acreditavam que o excesso de leitura automatizava o homem o fazendo desaprender a arte de pensar.
O que estamos falando e escrevendo, é um papaguear ou fruto do processo da arte de pensar?
A arte do pensar é simples: não pense, contemple somente, que depois a consciência chegará da contemplação na forma de pensamentos.
Rener Brito
4 comentários:
Excelente!
Eu compartilho desta ideia!!! Parei de ler há muito tempo, hehe.
Que bom revê-la em meu espaço Tainã.
A minha critica e creio que a dos demais pensadores a leitura, não tem haver com o fato de ler em si, mas com a compulsividade em que as pessoas chegam, de pensar, só ser possível através dos livros, para depois sair papagueando é o que Rubem Alves chama de: “ler ater ficar estúpido.”
Abraços.
Rener Brito
Sempre achei que ler é fundamental, uma coisa é parar de ler e outra é simplesmente saber o que realmente se quer ler.
Um bom leitor/a bebe o "sumo" em muitas fontes, compara-as para que façam pensar. Dessas leituras reune as suas próprias reflexões, assim vai-se enriquecendo. Vai-se obtendo outras experiências próprias e alargá-las da mesma forma que outros o fizeram.
O essencial não é a quantidade de livros, mas sim a qualidade de mensagens que absorve.
Na leitura reconhecer somente palavras não estimula a pensar, de outra forma, OLHAR, para reflectir, para poder experienciar também.
No fundo os nossos pensamentos próprios são os mais verdadeiros e dão vida, porque eles são entendidos com toda a autenticidade.
Muitos livros nos indicam mensagens falsas e, muitas pessoas ainda os preferem. Por isso, sou adepta de que devemos ler quando a fonte dos nossos pensamentos assim o exigirem, sempre que fôr preciso.
Eu gosto muito de ler, e gosto também de contemplar os meus pensamentos e, ao mesmo tempo olhar com consciência sobre o que pensei com profundidade.
Abraços,
Lumena
Gostaria de frisar que a minha critica não é a um leitor sadio, mas aquele que já não é um pensador que ler livros, mas um verdadeiro livro ambulante, papagueando algo que pensa ser fruto do seu pensar, mas que na realidade como bem colocou Rubem Alves: “o pensar não passa de resposta a um estimulo – o pensamento que leram... Na verdade eles não pensam; eles reagem.”
Você disse bem.
Abraços amiga Lumene.
Rener Brito
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